Ko

About me:

Querido diário,

Às vezes, me sinto como uma estranha em meu próprio mundo. Desde que me lembro, sempre fui diferente, uma menina estranha que agora se tornou uma mulher estranha. É como se eu estivesse olhando para o mundo de fora, observando as pessoas passarem, mas nunca me sentindo completamente parte dele. Não consigo explicar exatamente o que me faz sentir assim. Sou tão sensível quando se trata das pessoas próximas a mim, como se cada emoção delas ecoasse em mim de uma maneira avassaladora. Mas, ao mesmo tempo, sinto-me apática em relação ao mundo ao meu redor, como se estivesse flutuando em uma bolha distante, incapaz de realmente me conectar. A solidão é minha amiga e minha inimiga. Às vezes, anseio por ela, buscando refúgio em seus braços tranquilos. Mas há momentos em que essa solidão me consome, me deixando ansiando por um toque, por uma conexão que parece tão fora de alcance. E então há esse desejo ardente de ser mãe, queimando dentro de mim desde os meus vinte anos. A ideia de criar uma vida, de compartilhar meu amor e meu cuidado, é algo que me preenche de esperança e alegria. Mas, apesar desse desejo profundo, o tempo parece escorrer entre meus dedos, e agora estou prestes a completar 30 anos sem que esse sonho se torne realidade. É uma dor silenciosa que carrego comigo, uma mistura de anseios não realizados e emoções complexas. Escrever aqui, neste diário, é minha forma de externalizar essas dores, de dar voz ao turbilhão de sentimentos que habitam dentro de mim. Espero que um dia encontre respostas para todas essas inquietações que me consomem. Mas, por enquanto, este diário é meu refúgio, onde posso ser verdadeiramente eu mesma, estranha e tudo mais. Com amor, Ko.

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